Páginas

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Canção do eu

minha história é bem comum,
sem ir nem vir como eu sempre quis.
quando atrasado paro tudo,
esqueço o tempo que não tenho,
curto a folga que não recebi e
mantenho sem fazer o quê não fiz.
nasci e morrerei sem ter feito
nada que possa me arrepender,
nada que me faça chorar,
que faça minha estima voltar.
a vida inteira pra nada,
decidi andar parado sempre!
um errante entre os perfeitos?
um perfeito entre os errantes?
sou como morte para a vida,
não mais, só o que deveria ser.
não incomum, por que não quero ser!
sem sentido numa vida morna,
sigo sem futuro num mundo fiel
aos que traem sua velha verdade
que conta pro homem o seu
ultrajante e pequeno valor.

as velhas emoções já não são tão reais
quanto meus pensamentos loucos que
acabam todo dia perguntando
se a pergunta era aquela
e quando respondo pra mim mesmo
percebo a resposta errada...
minha vitória não é justa
pois perdi as forças entre lá e cá,
me arrastando venho desde lá
pois sei que não foi sempre que venci
e apostando na minha sorte
pretendo afirmar meu triunfo.
meu tropeço será tão bom pra mim,
verei os erros que eu cometo.
já minha ilusão não colabora
da mesma forma que me assiste,
do mesmo modo que me envolve,
é como se estivesse ali
pra extinguir minha compreensão
pra eliminar meus pensamentos
ou apenas pra fazer-me parar.
dessa forma não sei o quê pensar,
ou deixar de pensar pra não parar.
a solidão não me esquenta
mesmo com a chama que me arde,
que queima, que instiga minha dor.
hoje não sinto falta alguma
de alguém que faça companhia
ou que compartilhe meu fracasso.
não sou luz nem breu,não sou meu nem seu!
quero apenas ficar parado,
permanecer como uma pedra
imóvel e imutável, á só,
conservando apenas meu não ser.
minha presença não se percebe.
minha angustia não é sentida.
minha loucura nunca é vista.
minha ida não será lembrada...

Nenhum comentário:

Postar um comentário