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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Teu eu

Quando não estas do meu lado
Eu te quero aqui comigo
Para poder sempre te tocar
E sempre encher de carinho.
Se digo que te amo tendendo ao infinito
Quero que saibas que é infinitamente lindo
Pois tudo isso que eu sinto
Me faz melhor que imaginas.
Se acaso não quero ser teu
É para não deixar de ser tu,
Realizar todos teus desejos sem que me peças
E te dar tudo aquilo o que recebo de ti.
E se nem no momento mais meu
Meu pensamento deixa de ser teu
É porque tudo de ti tá em mim
Desde o dia em que te conheci.

[para Fernanda]

Instante sem nome

O corpo suado
A alma gemendo
Tua boca chamando
Eu, cego, me rendo
O tempo fluindo
Conjurando, tecendo
Um rito ardente
Calado e perfeito;
A cidade parada
Não pára meu peito
Nenhuma palavra
Traria esse efeito
Desejos à ufa
O olhar denuncia
Um gostoso sussurro
Também me dizia:
"Continua, não pára,
Não é demasia!"

Que queima

Sinto a dor dos fracassos, das perdas,
Vejo ódio em faces brandas, serenas,
Lembro da angústia de ser sem saber,
Da vergonha que se tem que esconder,
Ando nessa rotina melancólica
Onde a esperança se esgota.
Prelúdios da solidão?
Eu acho que não!
São todos labéis de batalhas,
Sinais inegáveis das derrotas,
Não apontam à fantasia
Pois são marcas da vida.

Cagão

Anda garoto!
Levanta a cabeça
E corre pra cima,
Fecha teu punho
E soca sem pena.
Não deixa quieto,
Não aceita mais uma,
Chuta essa cara
E protege a tua.
Não parta sem glória,
Derrame mais sangue,
Quebre costelas
Mas sem rebeldia.
Bata sorrindo,
É só diversão.
Só não te acompanho
Por ser um cagão!

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Canção do eu

minha história é bem comum,
sem ir nem vir como eu sempre quis.
quando atrasado paro tudo,
esqueço o tempo que não tenho,
curto a folga que não recebi e
mantenho sem fazer o quê não fiz.
nasci e morrerei sem ter feito
nada que possa me arrepender,
nada que me faça chorar,
que faça minha estima voltar.
a vida inteira pra nada,
decidi andar parado sempre!
um errante entre os perfeitos?
um perfeito entre os errantes?
sou como morte para a vida,
não mais, só o que deveria ser.
não incomum, por que não quero ser!
sem sentido numa vida morna,
sigo sem futuro num mundo fiel
aos que traem sua velha verdade
que conta pro homem o seu
ultrajante e pequeno valor.

as velhas emoções já não são tão reais
quanto meus pensamentos loucos que
acabam todo dia perguntando
se a pergunta era aquela
e quando respondo pra mim mesmo
percebo a resposta errada...
minha vitória não é justa
pois perdi as forças entre lá e cá,
me arrastando venho desde lá
pois sei que não foi sempre que venci
e apostando na minha sorte
pretendo afirmar meu triunfo.
meu tropeço será tão bom pra mim,
verei os erros que eu cometo.
já minha ilusão não colabora
da mesma forma que me assiste,
do mesmo modo que me envolve,
é como se estivesse ali
pra extinguir minha compreensão
pra eliminar meus pensamentos
ou apenas pra fazer-me parar.
dessa forma não sei o quê pensar,
ou deixar de pensar pra não parar.
a solidão não me esquenta
mesmo com a chama que me arde,
que queima, que instiga minha dor.
hoje não sinto falta alguma
de alguém que faça companhia
ou que compartilhe meu fracasso.
não sou luz nem breu,não sou meu nem seu!
quero apenas ficar parado,
permanecer como uma pedra
imóvel e imutável, á só,
conservando apenas meu não ser.
minha presença não se percebe.
minha angustia não é sentida.
minha loucura nunca é vista.
minha ida não será lembrada...

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Quantas vezes isso é possível?

Quantas vezes tudo é possível?

Quantas vezes uma pessoa pode roubar? Quantas vezes ela pode matar? Quantas vezes ela pode sair impune? Quantas vezes essa pessoa pode se reeleger?
Bom, tudo é possível, mas quantas vezes tudo é possível?